segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sudão um país em contínua guerra civil?

Darfur, região situada na região Oeste do Sudão, é afectada por problemas graves, quer por questões climáticas como as secas e a consequente desertificação, quer pelo excessivo crescimento populacional.
Trata-se de uma região pobre, com um baixo nível de desenvolvimento. Tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, onde apenas 15% das crianças do sexo masculino e 10% do feminino frequentam a escola.

Esta realidade originou um dos mais sangrentos confrontos da história do continente africano.
Em 2003, dois grupos armados da região de Darfur rebelaram-se contra o governo sudanês, pro-árabe. O Movimento de Justiça e Igualdade e o Exército de Libertação Sudanesa acusaram o governo de oprimir os não-árabes em favor dos árabes do país e de não apoiar a região de Darfur.
Desde então, este conflito, por muitos designado o genocídio de Darfur, opõe africanos de língua árabe e religião muçulmana e os povos não-árabes da área. O governo sudanês, eminentemente árabe, apoiou os guerrilheiros da religião muçulmana, contra as populações que vivem neste território.
Este sangrento conflito, originou já cerca de  400 000 mortos, segundo dados das Organizações Não Governamentais (ONG’s), que acompanharam este conflito armado. O número de migrantes forçados, visto terem sido obrigados a abandonar as suas terras, atingiu cerca de 2 a 2,5 milhões de pessoas. Tendo muitos deles fugido para campos de refugiados no Chade.

Passados três anos, e dada a dimensão do problema, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, foi “obrigado” a enviar forças militares (capacetes azuis) para restabelecimento da paz, com um contingente de 20 000 homens. O Objectivo era apoiar os soldados da União Africana (uma instituição à semelhança da União Europeia que defende a promoção da democracia,  direitos humanos e desenvolvimento do continente Africano).

O Governo do Sudão opôs-se a essa resolução e intensificou os ataques à região de Darfur. Durante este conflito, o governo sudanês foi acusado de violar o direito de liberdade de expressão (chegou a obstruir e prender jornalistas), no sentido de que as notícias tivessem o menor impacto possível na comunidade internacional.

Mas a situação nunca passou despercebida, tais as proporções que havia tomado, o que levou em 2007, uma missão das Nações Unidas a clamar por uma acção internacional urgente para proteger os civis.
Por fim, em Março de 2009, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o presidente Omar Hassan al-Bashir, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Darfur.

Darfur é hoje reconhecido como uma das maiores catástrofes humanas mundiais.
Contudo, Omar Hassan al-Bashir, continua a ser o presidente do Sudão, o maior país africano da actualidade, e que, enfrenta hoje o descontentamento dos sudaneses do sul do país que clamam pela sua independência.
Tratar-se-á de um processo pacífico?

Clica no site abaixo mencionado e consulta o site do Darfur onde podes encontrar fotos e vídeos que ilustram a infeliz realidade desta região.
ztarmail.gif (11175 bytes)http://www.pordarfur.org/htmls/EEAAVApuFyxvYQHnec.shtml

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A China e o seu potencial nuclear


A televisão estatal da China anunciou nesta segunda-feira (3) que o país desenvolveu um processo próprio para reprocessar combustível nuclear que poderia garantir o abastecimento das suas centrais por 3 mil anos.

O país lançou um ambicioso programa para construir diversas centrais nucleares, mas o media estatal afirma que o actual stock chinês de urânio - usado no programa nuclear - é suficiente apenas para os próximos 70 anos.

Há 24 anos que cientistas chineses trabalham o método de reaproveitamento de combustível.

O novo sistema é caro e complexo, mas permite que o combustível nuclear usado seja utilizado novamente nas centrais.

A China não é o primeiro país a desenvolver estações para reprocessamento de combustível nuclear - França, Grã-Bretanha e Índia já têm tecnologias similares para isso.

Mas, no caso chinês, a tecnologia terá implicações ainda mais significativas, já que o país tem procurado reduzir a actual diversificação das suas fontes energéticas.

Fonte: BBC / G1

A escola discriminatória no Afeganistão e o papel das ONG's

O Afeganistão esteve sob o poder dos Talibã (estudantes de teologia) desde Setembro de 1996. Este regime e a  guerra que se abateu sobre o povo afegão, destruiram 3600 escolas afegãs, ou seja,  grande parte dos espaços que antes estavam reservados à escola. Em consequência, os Talibã  proibiram o ensino das meninas com mais de oito anos.

Apesar das melhorias evidenciadas, em Cabul, a liberdade de aprender nem sempre é respeitada. Por exemplo, a Escola de Música de Cabul, que reabriu depois de oito anos sem funcionar,  continua a não aceitar mulheres. 

Apesar das dificuldades, existe uma enorme vontade de estudar. Até as populações nómadas realçam a importância da educação das suas crianças. Os Kuchis, grupo nómada originário do norte do Afeganistão (província de Parwan), em vez de partir para o Sul, resolveram no último ano fixar-se na pequena vila Sherak para aí construir uma rudimentar escola para as suas 142 crianças. A escola de Sherak é desde então uma realidade. A UNICEF forneceu ardósias, livros e outros materiais escolares.
 Escola de meninas no Afeganistão

Escola para rapazes no Afeganistão

Mas a prova que as ONG (Organizações Não Governamentais) são determinantes na luta contra as adversidades e injustiças, deixo aqui o exemplo da AMI portuguesa, corajosa e persistente na luta pelas suas causas. Corajosa porque ir à escola no Afeganistão, sobretudo quando se é mulher, pode implicar uma sentença de morte. Nos últimos anos vários casos de envenenamento e ataques com ácido visando populações femininas estudantis foram notícia. O ultimo atentado conhecido ocorreu em Agosto passado e levou ao internamento de 59 alunas e 14 professoras de uma escola em Cabul, intoxicadas com um gás venenoso.

Perante estas adversidades a AMI portuguesa financia a escola primária Shawl Patcha, que é considerada um modelo no Afeganistão. A escolha acolhe actualmente 640 crianças e 24 professores e os padrões educativos são altos. As meninas têm aulas de manhã (com staff  feminino); os rapazes à tarde. Este ano, pela primeira vez, as raparigas superam os rapazes.

Trata-se de um caso de sucesso, apesar de a escola ter que ser policiada pelos membros da população em defesa da educação das suas crianças.

Artigo adaptado do Jornal "O Expresso", de 30 de Dezembro de 2010 e de um artigo publicado por Olga Pombo, da Faculdade da Universidade de Lisboa

Recolha e tratamento dos Resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico

Desde 2006 que os equipamentos eléctricos e electrónicos (EEE) não podem conter metais pesados como o chumbo, cádmio, mercúrio ou níquel.

Mas, para além, dessa medida a reciclagem e reutilização dos seus componentes é fundamental. Assim, a plataforma europeia da ERP (presente em 11 países) reciclou nos últimos cinco anos um milhão de toneladas (desse total 5% pertenceram a Portugal) de Resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico (REEE), o que permitiu evitar a emissão de 11 milhões de toneladas de CO2, o que equivale a retirar quatro milhões de carros das estradas por ano. 

São certamente valores muito importantes e ainda com grande margem de progressão.

Os REEE são divididos em dez categorias de equipamentos, entre as quais grandes e pequenos electrodomésticos; informáticos e telecomunicações; iluminação; ferramentas ou brinquedos e lazer.

Depois de triturados, quase todos estes resíduos terão um novo uso. Plásticos que permitem criar mobiliário de jardim, vidro para fábricas de cerâmica ou de vidro. O alumínio, o cobre e outros metais valiosos também têm mercado assegurado.

É, pois, extremamente importante colaborar nesta recolha. Os pontos electrão multiplicam-se e existem vários centros de recolha (já são 1407), que impedem que os REEE acabem nos aterros sanitário. No ano de 2009 foram recolhidas 50 mil toneladas, que correspondem a 30% do que é colocado no mercado.

Portugal, conseguiu, em 2009, uma média de 4,7 quilos por habitante/ano, ultrapassando a meta europeia de 4Kg/hab/ano.

Coabora!

Artigo adaptado do Jornal "O Expresso" de 30 de Dezembro de 2010.

Novas rotas marítimas devido ao degelo dos Glaciares

Infelizmente a influência directa, mais que comprovada, do aumento das temperaturas na Terra no degelo dos glaciares está a abrir novas rotas marítimos no Árctico.

O aumento das temperaturas no Polo Norte, provocou o desaparecimento de 1400 Km3 de gelo multiyear (camadas de vários anos) entre 1993 e 2009.

De facto, não há data certa para o início da navegabilidade das novas rotas que ficarão abertas com as passagens do Noroeste e do Nordeste do Árctico. A partir de agora, será possível unir o Canadá à Sibéria.

Mas a problemática ambiental é a que se destaca, pois as riquezas guardadas pelo gelo há milhões de anos, vão ser disputadas pelos países que fazem fronteira a essa rota, como os Estados Unidos, Rússia, Canadá, Gronelândia (Dinamarca) e Noruega, o que poderá expectar uma enorme catástrofe ambiental.

Notícia adpatada do Jornal o "Expresso", de 30 de Dezembro de 2010

Águas diluvianas provocam cheias um pouco por todo o mundo

Centenas de milhares de pessoas ficaram desabrigadas pelas piores enchentes em décadas no noroeste do Paquistão, onde, dezenas de pessoas morreram, em Julho de 2010.

As chuvas começaram no distrito de Swat, situado na província de Khyber-Pakhtunkhwa, e transbordaram o rio de mesmo nome. Nunca foi o Paquistão tinha enfrentado uma situação desta magnitude. 

As inundações causaram danos, igualmente em terras e propriedades.

Segundo a "Dawn", um "grande número" de casas e pontes, assim como escolas, estradas e mesquitas foram destruídas nas regiões, que ficaram sem fornecimento de energia eléctrica e gás devido aos danos nas linhas de transmissão.

As piores cheias em décadas deixam milhares de hectares da paisagem australiana debaixo de água no nordeste da Austrália, onde o Exército teve de distribuir provisões nas regiões mais atingidas. Esta tragédia atinge o país desde o fim de mês de Novembro.

“Isto é um desastre natural de grandes proporções e para a recuperação será preciso um tempo considerável”, revelou a chefe do Executivo australiano por meio de um comunicado.

Até aquele momento, 200 mil cidadãos de 22 localidades do estado de Queensland foram atingidos pelas inundações, consideradas as piores das últimas cinco décadas.

Várias localidades foram declaradas zonas de calamidade quando os rios subiram mais de 50 centímetros acima do recorde de cheias anteriores. Por exemplo, houve rios ,como o Burnett, que subam 7,5 metros, mais 30 centímetros que no recorde de 1954.

De acordo com as previsões das autoridades, as inundações não diminuirão em várias áreas do estado ao longo ao longo do mês de Janeiro.

O nível do caudaloso do rio Fitzroy alcançou, antes do previsto, os 9 metros de altura e teme-se que chegue a 9,4 metros, o que deixaria Rockhampton totalmente incomunicável, com 400 casas alagadas e milhares sem condições de moradia neste momento.

Para além das vidas humanas, os prejuízos foram muito avultados avultados e atingem cerca de 760 milhões de euros, incluindo perdas irreversíveis nas colheitas de girassol e de algodão e na enorme quantidade de gado afogado.

As enchentes causadas pelas fortes chuvas no nordeste da China, em Julho passado, causaram, no mínimo 928 mortos e prejuízos no valor de dezenas de biliões de dólares.

Em toda a China, um total de 875 mil casa foram destruídas, 9,6 milhões de pessoas foram evacuadas e 22 milhões de hectares destinados à agricultura foram inundados. 

As piores inundações da China ocorreram em 1998, quando 4.150 pessoas morreram, devido às cheias provocadas pelo rio Yangtze. 

A China enfrenta chuvas torrenciais a cada verão, mas as chuvas deste verão foram as piores em mais de uma década. Por exemplo, o rio Yangtze subiu 15% a mais do que a média.

Estas catástrofes naturais confirmam as alterações climáticas que se observam no planeta. Com o aquecimento global estas catástrofes vão-se multiplicando e batendo recordes atrás de recordes, que conduzem a grandes tragédias humanas e económicas. Mas é, também, de salientar, que a excessiva precipitação em alguns pontos do planeta, é acompanhada por secas prolongadas noutros, conduzindo a problemas de desertificação muito graves, que arrasam os campos agrícolas, tornando os solos estéreis, acentuando a pobreza, a fome e grandes fluxos migratórios forçados.

A Pobreza e as desigualdades na OCDE


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) engloba os países mais desenvolvidos a nível mundial, que se repartem pela América do Norte, América Central, Europa Ocidental e do Norte e Oceânia. Do continente asiático o Japão também faz parte.

Porém, nem todos se encontram no mesmo patamar de desenvolvimento, sobressaindo os países da OCDE de rendimento elevado.

"A verdade é que entre os 30 membros da OCDE, há notórias diferenças na distribuição dos rendimentos e na taxa de população atingida pela pobreza. A Dinamarca era, em 2005, o país com menor fosso entre ricos e pobres e onde a pobreza é menos grave. No outro extremo, está o México, seguido da Turquia e logo depois por Portugal. Nisto, os Estado Unidos são nossos vizinhos e vemos a Espanha com nove países de permeio.

O relatório "Crescimento Desigual?- A distribuição de Rendimento e a Pobreza nos Países da OCDE" segue um critério para estabelecer a tabela da desigualdade, dividindo o rendimento dos agregados pelo número dos seus membros. Os cálculos são feitos sobre indicadores de meados desta década. 

O documento assinala que a pobreza dos reformados baixou em muitos países. Por contraste, a pobreza infantil aumentou, ficando acima da média da população. "A pobreza infantil precisa de mais atenção", alerta a OCDE. O mesmo deve acontecer com os jovens adultos e as famílias com filhos, onde se acentuou a pobreza."1

A questão do crescimento da pobreza infantil é deveras preocupante, devido ao elevado envelhecimento demográfico que estes países observam. Deste modo, se as famílias com mais filhos começam a revelar índices de pobreza elevado é porque os mecanismos de apoio à natalidade são muito insuficientes e isso irá retrair os casais de terem filhos. Esse facto, acentua o envelhecimento populacional, com as consequências económicas que advém para estas sociedades.

Para além das extremas desigualdades existentes entre os países desenvolvidos, na globalidade, do hemisfério norte e os países em desenvolvimento, na globalidade, do hemisfério sul, devem destacar-se as desigualdades existentes nos chamados "países ricos", que atingem, cada vez mais, proporções elevadas.

1
Por Eduarda Ferreira, Jornal de Notícias.



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