segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sismo de 8,9 na escla de Richter e Tsunami no Japão - Consequências e evolução

Só agora escrevo sobre a maior catástrofe natural registada no Japão, desde que há memória. Este tipo de catástrofes têm repercussões e consequências relativamente prolongadas no tempo. Certamente, o que aqui escreverei não será, infelizmente, o final deste triste episódio da "ira da natureza", mas já me permitirá fazer um balanço mais completo desta catástrofe.

 

Intensidade da catástrofe

 

O primeiro sismo, seguido de pelo menos quatro réplicas fortes (uma delas atingiu 6,6 na escala de Richter, em Tóquio), foi registado às 14h46 do 11 de Março, a 179 quilómetros a leste de Sendai, ilha de Honshu, e a 382 quilómetros a nordeste de Tóquio, segundo o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (USGS).


Este sismo foi o mais forte desde o início das medições da intensidade sísmica no Japão, ou seja há 140 anos atrás!

O Tsunami que se lhe seguiu provocou ondas desvastadoras, que entraram costa a dentro e que atingiram cerca de 15 metros de altura, destruindo tudo o que se lhe deparava à frente (carros, estradas, casas...), como se tratasse de um filme apocalíptico.

No site da visão Júnior existe uma série de imagens ilustrativas do tsunami. Deixo aqui o endereço electrónico como complemento deste artigo.
ztarmail.gif (11175 bytes)http://aeiou.visao.pt/sismo-e-tsunami-no-japao=f594205

Esta onda gigante chegou a preocupar os países banhados pelo oceano Pacífico, tendo ocorrido consequências no estado da Califórnia (EUA) e Havai, mas sem consequências graves.

Réplicas

Várias réplicas se têm verificado desde 11 de Março último, mas os números são impressionantes: mais de 1 000 terramotos (todos superiores a 4,5 graus na escala de Richter). Destes 408 sismos tiveram magnitude de pelo menos 5 graus, sendo que o número total poderia ser multiplicado por 10 se se tivesse em conta os sismos com menos de 4 graus.

Mais, do total dos tremores de terra, 68 tiveram uma intensidade igual ou superior a 6 graus e outros cinco registaram pelos menos 7 graus (a mesma intensidade que provocou 300 000 mortos no Haiti, em Janeiro de 2010).
 Os epicentros de todos estes abalos cobrem uma área de 500 quilómetros de norte a sul, entre as costas de Iwate e Ibaraki, e 200 quilómetros de oeste para leste.
Consequências - números arrepiantes

O sismo e o tsunami que se seguiu provocaram a maior crise humanitária da história do Japão desde a Segunda Guerra Mundial (bomba atómica).
 

As perdas humanas eram imprevisíveis, só na manhã seguinte foram encontrados 2000 corpos junto à costa e ainda não se sabia quantos passageiros continha o comboio que foi literalmente arrastado pela força das águas.

Mas o drama humano atingiu números muito superiores e até hoje estão contabilizados 14 949 mortos, continuando desaparecidas 9 880 pessoas, que pode elevar o número total de mortes até aos cerca de 25 000.
As equipas de socorro fazem o que podem para encontrar sobreviventes. Uma tarefa partilhada pelos familiares dos desaparecidos. Os que escaparam à tragédia deparam-se com a falta de comida, água e de apoio.

Quase 131 000 japoneses estão alojados, de forma provisória em edifícios públicos.

Mais de 95 000 edifícios nas regiões afectadas ficaram completamente destruídos.

Cerca de um milhão de casas ficou sem electricidade.

O governo japonês estima que poderá levar cerca de 10 anos até conseguir reconstruir, por completo, as áreas mais afectadas.

Foram produzidos 25 milhões de toneladas de escombros que deverão ser removidas ao longo de 3 anos, estando agora esses escombros amontoados ao longo da costa. O devido armazenamento destes escombros é, igualmente, uma grande preocupação.

Outra enorme preocupação é agora as centrais nucleares afectadas pela catástrofe natural. Os níveis de radioactividade no ar e nas águas, são inúmeras vezes superiores aos valores considerados normais. Mas esta temática deixarei para um próximo post, pois a questão da produção de energia eléctrica a partir de centrais nucleares merece uma grande preocupação ambiental e humana e o seu devido destaque.

Termino esta reflexão com mais algumas imagens ilustrativas desta tragédia que perdurará para sempre na história das maiores calamidades naturais do planeta.

Imagens inéditas do sismo (euronews)
A guarda costeira japonesa divulgou um vídeo com imagens impressionantes do tsunami do dia 11 de Março.
São imagens do momento em que a vaga arrastou tudo no porto e no aeroporto de Sendai e também em várias localidades costeiras das províncias de Iwate e Miyagi.

Sem comentários:

Enviar um comentário

O mapa do Carbono

As emissões de carbono estão na base do aquecimento global do planeta. Para que se possa ter uma ideia aproximada de quais são os maiores pr...