sexta-feira, 22 de abril de 2016

168 países comprometem-se hoje a proteger o Planeta. O que vai mudar?

Fotografia: Nick Oxford / Reuters
Fotografia: Nick Oxford / Reuters

Acordo de Paris foi alcançado em dezembro de 2015 como parte de um compromisso à escala global para combater as alterações climáticas. É assinado hoje A seguir 1 168 países comprometem-se hoje a proteger o Planeta. O que vai mudar? 2 Acordo de Paris pode acelerar inovação em prol das pessoas e do ambiente 3 Costa: "Esta consolidação será sem corte de salários" 4 Panama Papers. Fundo Soberano de Angola nega transações ilegais 5 CDS quer levar Programa de Estabilidade a votos Mais vistas CARREIRAS 20 maneiras fáceis de ganhar dinheiro FÉRIAS A escolha dos viajantes. Top 10 ilhas FOTOGALERIA Estes são os 13 super alimentos. Palavra da viciada na liquidificadora PRODUTIVIDADE 15 segredos das pessoas mais produtivas Sexta-feira, 22 de abril de 2016. Pelas 9h50, hora de Nova Iorque, os líderes de mais de 160 países estarão reunidos na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para protagonizar um momento histórico, naquele que é, não por acaso, o Dia da Terra. O Acordo de Paris, alcançado em dezembro do ano passado como parte de um compromisso à escala global para combater as alterações climáticas, será assinado pelos representantes de 168 países, Portugal incluído (representado pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes). Nunca tantos membros da ONU estiveram de acordo em simultâneo, salienta a própria organização. Afinal, o que está em causa? 

Os objetivos “É um acordo extremamente importante, que não traça metas mas que define o processo de como é que vamos procurar limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus celsius” começa por explicar ao Dinheiro Vivo Francisco Ferreira, antigo presidente da Quercus e atual presidente da associação ZERO. É, sobretudo, “um sinal político importante”, desde logo porque, para já, conta com o apoio dos Estados Unidos, que nunca chegaram a ratificar o protocolo de Quioto. Depois, porque este foi um acordo conseguido “de baixo para cima”, isto é, cada país definiu os seus objetivos. “Desse ponto de vista, é uma metodologia diferente e uma forma de comprometimento também diferente”, considera Francisco Ferreira. 

Resumindo, há dois grandes objetivos em causa. O primeiro é o tal limite do aumento de temperatura. Considerando que, a serem respeitados os compromissos atualmente em vigor, a temperatura média vai aumentar 2,7 graus celsius nos próximos anos, esta começa, desde logo, por ser uma meta ambiciosa. 

O segundo é atingir um balanço neutro de emissões de gases de efeito de estufa, na segunda metade deste século. “Isso significa passarmos a ter um sistema económico que é baseado, principalmente, nas energias renováveis, que tem de ser muito mais eficiente, em que temos de ir buscar impostos não às vendas de gasolina e gasóleo e em que há uma filosofia fiscal bastante diferente”, diz Francisco Ferreira. As medidas As medidas a serem implementadas serão diferentes em cada país. Em Portugal, aponta Francisco Ferreira, é preciso aumentar a utilização de energias renováveis, principalmente a solar, bem como fazer uma transição para os veículos elétricos e para o uso de transportes públicos, seja para o transporte de passageiros ou de mercadorias. 

Fotografia: Orlando Almeida/Global Imagens
Fotografia: Orlando Almeida / Global Imagens

“As metas atualmente traçadas para Portugal são para reduzir as emissões em 30% a 40% as emissões, até 2030. Temos de ir muito mais longe. Temos de ter 100% de eletricidade renovável na década de 2030”, diz o ambientalista. E isso é exequível? Não só é, como já está a ser feito noutros países. 

“A Suécia, por exemplo, quer atingir este balanço neutro de emissões em 2045 e já o aprovou no Parlamento. A Holanda já teve uma primeira discussão na Câmara Baixa do Parlamento para que só sejam vendidos veículos elétricos em 2025”, aponta. Além da redução (ou mitigação) das emissões de gases com efeito de estufa, o Acordo de Paris prevê encontrar formas de retirar dióxido de carbono da atmosfera. Isso pode ser feito através da reflorestação, por exemplo. 

A poupança e uso eficiente de energia, bem como a aposta nas energias renováveis, são outras das medidas. À escala mundial, reconhece Francisco Ferreira, há países com um contexto diferente. “Vai ser preciso fazer um investimento maior, para deixar o carvão e apostar nas renováveis, em países como a China”, exemplifica. O impacto económico Há, desde logo, “uma oportunidade fundamental de inovação e de estímulo às empresas que forem mais eficientes, no sentido de se tornarem também mais competitivas”, acredita o presidente da ZERO. “Uma empresa que recorra a energias renováveis é uma empresa que vai ver reduzidos os seus custos, que tem de fazer alguns investimentos mas que obtém retorno a médio prazo”, refere. 

Sofia Santos, secretária-geral do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, acrescenta que uma economia verde traz várias vantagens: “é capaz de gerar emprego e riqueza, promover a competitividade das empresas através da produção de bens e serviços com menor impacte ambiental”, diz a responsável. Os próximos passos O objetivo é que o Acordo de Paris entre em vigor em 2020. Contudo, só se vai concretizar quando for ratificado por 55 Estados responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases com efeito de estufa. A partir de 2020, começam também a ser distribuídos 100 mil milhões de dólares (cerca de 91 mil milhões de euros) para ajudar os países em desenvolvimento a fomentar as energias limpas. Deverá ser definido um novo montante em 2025.

Sofia Santos, secretária-geral do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, acrescenta que uma economia verde traz várias vantagens: “é capaz de gerar emprego e riqueza, promover a competitividade das empresas através da produção de bens e serviços com menor impacte ambiental”, diz a responsável. Os próximos passos O objetivo é que o Acordo de Paris entre em vigor em 2020. Contudo, só se vai concretizar quando for ratificado por 55 Estados responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases com efeito de estufa. A partir de 2020, começam também a ser distribuídos 100 mil milhões de dólares (cerca de 91 mil milhões de euros) para ajudar os países em desenvolvimento a fomentar as energias limpas. Deverá ser definido um novo montante em 2025. 

Notícia do Dinheiro Vivo, Rafaela Burd Relvas, 22-04-2106


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