sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Último Janeiro foi o mais quente desde que há registos

Os quatro meses de janeiro mais quentes aconteceram nos últimos quatro anos. Na Antárctida, foi registado, já em Fevereiro, um recorde de 18,3 graus Celsius e, três dias depois, os termómetros registaram uma temperatura máxima de 20,7 graus.

O último mês de Janeiro foi o mais quente desde que há registos climáticos – que existem há 141 anos –, avançou na quinta-feira a agência norte-americana para os oceanos e atmosfera (NOAA, na sigla em inglês). Os quatro meses de Janeiro mais quentes, desde que há registo, aconteceram nos últimos quatro anos, desde 2016. Os dez mais quentes aconteceram desde 2002.

Ainda que o primeiro mês de 2020 tenha sido o mais quente a nível global, na Europa foi o segundo mais quente desde que há registos, estando Janeiro de 2007 a encabeçar a lista. Contrariamente à tendência global, o Alasca teve o mês de Janeiro mais frio desde 2012. Pelo resto do mundo, foram registados recordes de temperatura máxima em partes da Escandinávia, da Rússia (incluindo a Sibéria), da Ásia, no oceano Índico, no oceano Atlântico e em partes da América Central e do Sul, refere a NOAA. Na cidade sueca de Orebo, por exemplo, os termómetros chegaram aos 10,3 graus Celsius, a temperatura mais alta desde 1858. Já a cidade norte-americana de Boston registou o mês de Janeiro mais quente de sempre, com os termómetros a chegar aos 23 graus.
O mês passado foi também o 44.º Janeiro consecutivo em que foram registadas temperaturas superiores à média do século XX, 1,14 graus acima da média. O recorde ganha relevância também por não ser influenciado pelo fenómeno climático cíclico El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, que causa um aumento das temperaturas globais.



Segundo a Organização Meteorológica Mundial, a última década terá sido também a mais quente desde que há registos.



Na Antárctida um novo recorde: 20,7 graus

Já este mês de Fevereiro, a Antárctida começou com um recorde de temperatura: no dia 6, o continente gelado atingiu os 18,3 graus Celsius na Península Antárctica, onde fica a estação de investigação argentina Esperanza.

Apenas três dias depois deste primeiro recorde, a Antárctida chegou aos 20,75 graus, registados na base Marambio, na ilha Seymour. O cientista brasileiro Carlos Schaefer disse à agência de notícias AFP que “nunca tinham visto uma temperatura assim tão alta na Antárctida”, mas alertou que se trata de uma medição pontual e não de uma série prolongada de dados que permita avaliar tendências.
“Não podemos usar esta medição para antecipar mudanças climáticas no futuro. É uma só medição. É simplesmente um sinal de que algo diferente está a acontecer nesta área”, acautelou. Ainda assim, segundo a Organização Meteorológica Mundial, a Península Antárctica é um dos locais da Terra onde o aquecimento tem sido mais rápido. Nos últimos 50 anos, a temperatura média subiu cerca de três graus — o que está a causar o degelo de quase todos os glaciares da região.
Adaptado de Jornal "O Público", por Cláudia Carvalho Silva.
14 de fevereiro de 2020

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